sexta-feira, 4 de julho de 2014

Hopi Hari - A ENGANAÇÃO

Este é um relato do passeio que eu, minha esposa e minha filha fizemos domingo, dia 29/06/2014, no parque Hopi Hari.

Desastrosa, uma porcaria, somos trouxas, Por quê? Vou explicar:




Ganhei um passaporte duplo em uma promoção, Opa! Que legal! Não conhecemos o parque, vamos aproveitar, então, Comprei um passaporte para minha filha, ela tem 7 anos, o preço é o mesmo para adulto, hoje em promoção, paga um ingresso entram duas pessoas, pra mim não mudou nada, pois somos em 3, Preço R$ 79,00 + 50,00 combustível, 15,00 de pedágio ida e volta, agora pasmem,  40,00 de estacionamento. Ah! Mas... beleza...a minha entrada e a da minha esposa foram de graça... Ao passamos pela catraca tenho certeza que vi uma nuvem negra, em formato de caveira com chifres, e de ter escutado uma gargalhada satânica...

                O parque abre às 11:00 e fecha às 19:00. Entramos. Giranda Mundi ou roda gigante, fechada. La Tour Eiffel, fechada. Kastel di Lendas, fechado. Katapul, fechado. Eléktron, fechado. Ekatomb, fechado. E mais um monte de atrações. Fomos até a montanha Russa, a fila já estava com mais de 100 metros fora da entrada do brinquedo, portanto, umas 4 horas de espera, como minha filha, com 1,20 m, de altura,  não poderia entrar  fomos procurar outros brinquedos,  como já relatei a maioria estava fechado.

- Olha que legal! Um Carrossel! (Giranda di Musik) – disse entusiasmado à minha filha.  Esse está funcionando... ela foi duas vezes. 

Spleshi estava funcionando, fila curta, uns 20 min, um banho de água fria e ficamos ensopados, valeu pela reação da minha filha na hora da descida e do banho (acho que foi a melhor parte do passeio).  Já que estávamos molhados fomos até o Rio Bravo, que de bravo só o nome. A banheira de hidro da minha última ida ao motel foi muito mais violenta que o Rio. Bom, fila, quanto tempo? A partir deste ponto, 4 horas, dizia a placa. - putzz, vamos a outro.

Katakumb: Atração de terror, isso é o que eles dizem. Ingresso a parte, 10,00 por pessoa. A minha filha passava na régua. Beleza, só faltava convencê-la. 

- Vamos? - perguntei a ela. - É terror... tudo bem?

- Aham...

- Se entrarmos não tem volta...

– Como assim, Terror? - perguntou ela. Minha esposa virou e falou: Sabe aquele filme dos zumbis, que sobem no prédio e pulam no helicóptero? (World War Z) É igual. Eu pensei, nossa, será????

– Quero, quero sim.

A mulher do caixa já foi logo avisando, “Não devolvemos o dinheiro se houver desistência”...

- Mas é muito forte? - perguntei.

– É terror...  – balançou os ombros

Compramos o ingresso e ficamos na fila apreensivos. Minha filha, 7 anos, nunca havia presenciado tal representação “AO VIVO”. Na TV é diferente. Virei para ela:

- Filha, sabe o desenho do Scoob Doo?

- Sei...

- O que tem dentro do monstro?

 – Uma pessoa.

– Ótimo! Aqui é a mesma coisa.  – eu tentava amenizar um possível trauma.

Entramos. Tudo escuro, fomos andando, algumas garotas atrás da gente gritavam sem motivo e perguntavam se estava tudo bem com minha filha, quatro caras com groselha no rosto e alguns trapos, faço maquiagem de terror muito melhor, saímos e... ficamos esperando algo acontecer e nada. Talvez se tudo estivesse iluminado e baratas voadoras aparecessem no recinto seria mais emocionante.

– E aí filha?

– Ah pai, foi ridículo... 

Palavras da minha filha.

- Estou com fome. – disse ela logo em seguida.

– Bora comer cachorro quente.

 Isso sim foi assustador. Um Cachorro quente, com duas salsichas no pão, uma salpicada de batata palha, uma colher de molho, um saquinho da batata Hufles de 100 g e um refrigerante de 600ml. Atenção! Não se assustem... R$ 20,90.  Só o Cachorro quente, 13,90. Uma coisa começou a me incomodar, o por quê dos 90 centavos no preço do lanche.
Depois de lancharmos fomos ao Carrossel outra vez, de lá fomos até a xícara maluca. Na versão do Parque são latas de tinta, Lokolorê. Fiquei de fora. Fico tonto só de ver a água girando no ralo da pia, imaginem só se entro nessa atração. Vi meu vômito voando em círculos e atingindo todos ao meu redor. Tudo em câmera lenta - Não to fora!

- Aonde iremos agora?

Rio Bravo: Outra experiência assustadora. Chegamos ao brinquedo 14:59 ele fechava às 15:00, entramos e mais umas 9 pessoas atrás da gente. Em seguida dois funcionários atravessaram dois bancos na entrada. Se fosse uma guilhotina cortava o ultimo cara ao meio:

-Olha! Legal a fila já está lá na frente!

- Tá vendo? É melhor chegar um pouco antes de fechar, fica mais vazio... – disse minha esposa.

Ledo engano, demoramos 3:30 hs para entrar no bote, e míseros 6 minutos de rio bravo “corredeira”. Um frio de lascar. As bolas do meu saco pareciam aquele brinquedo bate-bate (duas bolas nobarbante, objetivo: bater uma bola contra a outra) de tanto que eu tremia. Saímos do bote e deixei cair à blusinha da minha filha em algum lugar que até agora não sei qual, acho que foi quando fiquei absorto em meus pensamentos tentando entender o por quê dos 90 centavos. Custo da blusinha 49,00 e uma baita choradeira da minha filha. Deixamos a atração às 18:35, detalhe, o parque fechava às 19:00. E minha filha chorando.

- Compramos outra...

- Eu quero a blusa! Vou usar amanhã...

- Mas estava suja e molhada...

- Eu vou usar amanhã...

- Olha! Barracas pra ganhar prêmios!?!? Vamos lá...

- Eu quero a minha blusa... – e o choro continuava.

Frustrados por termos ido a apenas 2 brinquedos “legais”, decidimos parar nas barracas de tiro ao alvo: Furar bexigas, derrubar latinhas e pescaria. Minha filha ainda chorava, fomos brincar nas atrações: 10,00 cada – A cada 10 bexigas estouradas ganhava-se um bichinho de pelúcia, acertei 8 – Derrubar todas as latinhas idem, ficaram 2. Ganhamos 20 pontos de bonificação para trocar por um brinde simbólico.

 – Olha que legal filha! Dá para trocar por um brinde! – tentei alegrar minha filha, que ainda tinha os olhinhos cheios de lágrimas.

 – SIMBÓLICO! - repetiu a funcionária da atração.  E emendou... – Leva ela na pescaria, lá ela ganha o prêmio na hora. – lá fomos nós.

– Nossa!  Porque a pequena está triste? – perguntou a atendente da pescaria, toda sorridente. Minha filha nada falou.

– Perdemos uma blusa dela no Rio Bravo. – justifiquei. Se minha filha tivesse uma arma na mão tinha atirado em mim.

– então vamos brincar pra ficar feliz!

 1ª vez pegou um peixe, ganhou uma caneca de plástico = 10,00. 2ª vez, outro peixe, uma bola de plástico. Lembram daquelas bolas enormes do Playcenter???? Então, não era uma daquelas, era uma pequena, uma bexiga seria mais legal. Sensibilizado, um rapaz que estava no atendimento disse:

 - Olha, se eu fosse você, - olhou para minha filha e depois piscou para mim. – Eu pescava este peixinho aqui.  – apontou.

Foram-se mais 10,00.

- Eeeee viva! Um bichinho de pelúcia... E fomos trocar no guichê. Uma caneca, uma bola roxa, para combinar com as minhas, lembram da tremedeira? E uma pelúcia. Opa! Íamos esquecendo, temos 20 bônus...  Putzz! E aqueles 90 centavos? Por quê?

– vão querer trocar?

– Não vamos acumular. Adorei tanto esse parque que vamos voltar todos os dias da semana... Disse enquanto dava canecadas na atendente, mas... era só no pensamento. Voltei à realidade.

– Pode escolher! Tem rosa, dourada, prateada, roxa, verde...

– Escolher o quê?

 – O prêmio simbólico... – sabe aquelas pulseira que quando você bate no braço enrola? Era uma dessas. Se a atendente tivesse dado uma amigo imaginário para minha filha seria mais legal.  Ah! Adivinha a cor que ela escolheu? Roxa

Bom, minha filha estava mais calma, afinal de contas, GASTEI 50,00 e ganhos uma caneca, uma bola roxa, uma pelúcia para por no pescoço e uma pulseira roxa, de enrolar.

Na saída, mais um lanche, esse foi mais barato, 20,00. Nossa! Acho que eles se tocaram, tiraram aquele absurdo dos 90 centavos, e ainda ganhamos três vouchers para trocar por passaportes, e, vejam só,  voltar de graça!!!!  Isso mesmo, voltar de graça!

– Vale pro estacionamento também?

– Não só para os brinquedos.

– Todos????

 – Menos as atrações pagas...

– Como aquela do TERROR???????

- Sim...

Fomos para o carro, mandei minha filha sentar na cadeirinha e colocar o cinto. Liguei o som, AC/DC  - Highway to Hell. Manobrei, era uma descida, acelerei, arrebentei uma barreira de proteção e segui em direção ao cara que distribuía os vouchers, as pessoas corriam de um lado para o outro, minha esposa gritava, minha filha chorava... Alguém atacou um copo de refrigerante no para brisas... Senti um beliscão... e voltei à realidade. Passamos a catraca calmamente e fomos embora.

Na volta, decidi pegar a Marginal Pinheiros, errei a entrada, fui parar em Barueri. Gastei mais 7,00 de pedágio. Parei o carro voltei até a guarita, sentei na mureta onde ficava a cancela, abri as pernas e mandei a moça descer a barra com toda força. Uma buzina me fez voltar à realidade mais uma vez.

Piadas a parte. Sinto muito, mas esse parque é “pega trouxas”, uma safadeza sem tamanho. Não sei se já foi melhor, ou nós que tivemos muito azar, pelos relatos que busquei na internet, acho que não. O parque tem problemas.

Meus caros amigos, NÃO CAIAM NESSA FURADA!

O lance do parque é ganhar grana no estacionamento, que tem vagas para 5.000 carros. O tamanho é quase ou igual ao tamanho do parque, e, também, na comida que é um absurdo. Uma garrafa de água mineral de 500ml R$ 5,00.
Funcionários desmotivados, muitos aparelhos desligados, quiosques fechados. Decadente eu diria. Nenhum palhaço ou alguém fantasiado para brincar com as crianças. Nada! Aonde estavam os habitantes do tal País?
Outra coisa deixou-me pasmo, o tal do VIP Pass. Além de você comprar o passaporte, você pode adquirir o VIP PASS, você compra, por mais 25,00, o direito de furar a fila. É isso mesmo que você entendeu. Tem grana? Pode furar a fila. Enquanto nós, os trouxas, ficamos 4 horas na fila, o cara que comprou o VIP entra direto. É o Hopi Hari ensinando o jeitinho brasileiro. Impõe dificuldades para vender facilidades.
Estamos muito, mas muito longe de termos um parque temático que preste aqui em terras tupiniquins.
Áureos tempos aqueles do Playcenter.  Ou será que eu era mais moleque e não prestava atenção nessas coisas?

Custo do passeio
Um passaporte – “Gratis”
Um passaporte - 79,00
Pedágio (já contabilizado meu erro) - 22,00
Estacionamento – 40,00
Brinquedos pagos - 80,00
Lanches- 68,70
Combustível - 50,00
Blusinha perdida - 49,00
Total – R$ 388,70 ( até o presente momento não engoli aqueles 0,90 no preço dos lanches)

Chegada ao parque 11:35
Saída do parque 19:15

Tempo gasto dentro das brincadeiras (Spleshi, Katakumb – Aquele do “terror”, Lokolorê – Xícara Maluca, Giranda di Musik – Carrossel, Barraquinhas de brincadeiras, só 3 funcionando) +ou- 55 minutos

Tempo gasto em deslocamentos entre brinquedos e “FILAS” +ou- 6 horas

R$ 388,70 por 55 minutos de diversão. Essa conta está certa?

(Ok,ok assumo o erro, o pedágio que paguei por ter errado o caminho. Menos 7,00 e a blusinha perdida, menos 49,00)

R$ 332,70 por 55 minutos de diversão meia boca

Tenho 3 Vouchers para entrada gratuita. Se alguém quiser é só entrar em contato

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Roma antiga

Em uma Roma antiga, onde orgias sexuais aconteciam em plena luz do dia,  onde a lei era a espada, onde homens eram escravizados e postos para lutar até a morte, dentro de arenas encharcadas de sangue por pura diversão alheia, um homem surgiria. Capaz de arrancar sangue,  lágrimas e muito suor, mais sangue do que suor, ou melhor, mais lágrimas do que sangue, ah sei lá! Sangue, lágrimas, suor e pronto! Não precisa ser nesta mesma ordem..., mudaria os anais da história romana para sempre.

Lutas, traições, sexo, amor, batalhas, sexo, desavenças políticas, sacrifícios, sexo, sexo, sexo e muito sexo.

Em Algum lugar perto de Roma
Ano LXXIII a.C.

          — Peguem este trácio e levem-no para Capádua, Baitolatus, O Lanista saberá o que fazer. — ordenou o Pretor, Gaius Claudius Glaber Rocha, O Bulinador. — peguem sua mulher e dêem uma surra nela...

                Em Capádua, no pátio da casa de Baitolatus, O Lanista, vários escravos lutavam entre si, usavam espadas de madeira, treinamento violento para quem olhava de fora. Baitolatus observava da sacada de sua casa ao lado de sua mulher, Lucretina.

            Crixicus, gladiador experiente e de grande destreza, lutava com um escravo novato, quando este deixou a espada cair. O Lanista Baitolatus, enfurecido pela desatenção do escravo novato, ordenou que um soldado o levasse até seus aposentos.

            — Lucretina, minha querida, fique e contemple meus gladiadores. Vou ter uma conversa com aquele novato e volto já.

            Lucretina concordou sem pestanejar, adorava ver o treino dos gladiadores, principalmente Crixicus, o melhor gladiador do Ludus, campeão de várias lutas.

            Crixicus tinha musculatura bem definida, movimentava-se com destreza e fazia movimentos maravilhosos com a língua quando se encontrava com Lucretina pelos cantos escuros da casa de Baitolatus.

            — Ei, você! — gritou o soldado apontando para o escravo dislexo. — Venha! Baitolatus quer você nos aposentos dele.

            Crixicus sorriu, quando o novato passou por ele, disse: — Prepare-se, o pau vai comer... — o rapaz, com cara assustada,  adentrou o casarão, contra a vontade.

            Já em seus aposentos, Baitolatus punia severamente o escravo dislexo, despindo-o por completo, besuntando-o com óleo de ervas  e atirando-o sobre uma enorme cama coberta com um lençol de seda pura.

            Enquanto isso, Lucretina aguardava Crixicus em outro cômodo do casarão. Estava fantasiada de Xena – Lendária Guerreira da mitologia Grega.

            — Hoje você está uma delícia, Lucretina. Atendi o seu chamado..., mas hoje não estou me sentindo bem. — disse Crixicus enquanto massageava suas têmporas.
            Entristecida, Lucretina percebeu o sangue que escorria entre as pernas de Crixicus, que tentou esconder.

            — Já entendi, pode ficar sossegado, seu segredo está bem guardado comigo.

            Lucretina deu um longo e linguarudo beijo em Crixicus que retribuiu prontamente.

            No momento em que Crixicus deixava o cômodo da casa, uma carroça, enviada por Gaius Claudius Glaber Rocha, O Bulinador, adentrou pelos portões do ludus trazendo mais escravos para o lanista.

            Doctore Maonomeuânus atendeu os soldados. No momento em que a grade da carroça foi aberta, deu-se inicio um tumulto, que logo foi contido com várias chicotadas, pelo grande, musculoso e habilidoso treinador e ginecologista do ludus, Doctore Maonomeuânus. O homem tinha pele negra, várias cicatrizes espalhadas pelo corpo, seqüelas de batalhas vividas, e uma bunda lisa, sem um pelo sequer, tão lisa que chegava a brilhar.

            Baitolatus saiu pelo átrio do casarão, enraivecido, ainda ajeitava sua túnica. Ao fundo dois escravos carregavam uma maca com o novato,  deitado de bruços sobre ela, um terceiro abanava suas nádegas, local onde fora aplicado punição severa.

            — Quem ordenou este carregamento de escravos? — bradou o lanista.

            — Glaber Rocha, O Bulinador, senhor.

            — Vamos ver o que temos aqui? Pelos deuses... Que delícia! Nossa, quantos músculos!

            Doctore Maonomeuânus observava atento, não queria mais confusão. Segurava em uma das mãos o poderoso chicote de cabo longo,  roliço e grosso. Repentinamente o grande chicote girou no ar e sua ponta agarrou, pelo pescoço, um dos escravos que tentava escapar por de trás da carroça. O homem foi lançado ao chão. Maonomeuânus desembainhou sua espada, iria acertar o escravo, se não fosse a rapidez de outro escravo, que, com muita agilidade, roubou a espada de um dos soldados que escoltavam a carroça e barrou o golpe que Maonomeuânus desferiria sobre o homem caído. Lucretina olhava tudo apreensiva da sacada do casarão de Baitolatus. Não queria que nada de mal acontecesse a Crixicus.

            — Ora, ora, ora! Não! Não façam nada... — Baitolatus ordenou. — Quem é o bonitão de olhos claros? — perguntou ele, enquanto girava, em um dos dedos da mão, uma argola de couro, a cada girada no anel ele dava uma cheirada no adorno. Ele rodeava o homem.

            — É um Trácio, Senhor. — disse um dos soldados. Todos que estavam no ludus cuspiram no chão, até Lucretina, lá de cima da sacada, deu uma discreta cusparada, que, sem força, escorreu por seu queixo e parou entre seus fartos seios.

            — Um Trácio? Muito bem então. Doctore! Solte este imbecil e dê a ele uma espada. Você, Trácio, lute com seu amigo até a morte.

            Todos abriram a roda e no centro estavam os dois prisioneiros. O que estava caído rapidamente se levantou e empunhou a espada jogada por Maonomeuânus, em seguida desferiu um golpe que pegou o trácio distraído arranhando-lhe o braço. Não queria lutar com o amigo, mas não teve escolha. O Trácio era ágil e dominava a espada muito bem, alguns meses atrás fora pego pelo exército de Roma e escravizado por Gaius Claudius Glaber Rocha. Este que só bulinava as moças que ficavam viúvas pós-batalhas. Principalmente Sura, esposa do Trácio, que logo após levar uma surra, foi bulinada por Glaber Rocha, O Bulinador. Soldados seguravam o homem e mantinham-no com os olhos abertos para que ele visse o estupro de sua amada.

            Com golpes violentos as espadas se chocavam no ar. Rodopios e roladas no chão, até que o Trácio acertou um golpe, com o cabo da espada, no rosto de seu oponente, ele rodopiou no próprio eixo e caiu ajoelhado no chão. Sabendo que para ficar vivo teria que matar, aproveitou a posição de seu oponente e empalou-o, enfiando sua espada no ânus do adversário. Neste momento todos sentiram um arrepio, inclusive Lucretina. Crixicus apertou a mão do gladiador ao se lado e suspirou de alívio. Afinal de contas, espada no cu dos outros é refresco.

            — Bravo! — gritou Baitolatus. — Pelo que vejo este tem futuro nas arenas de Capádua. Doctore! Quero que dê treinamento intensivo a ele. Qual é o seu nome rapaz?
O homem ergueu a cabeça e ainda ofegante respondeu:

             — Spetacus...


            Crixicus torceu o nariz, o mau cheiro de suor do gladiador ao seu lado era insuportável. Olhou feio para Spetacus, não gostara da vibração de seu Dominus. Virou as costas e voltou para seu alojamento, uma enxaqueca o incomodava. 


Continua...



sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Meu Cunhado é o Bicho




Cheguei em casa tarde da noite, cansado, depois de um dia de trabalho tenso. Parei meu carro na garagem e ao descer do veículo, um gato preto, assustado, cruzou a minha frente, parou por alguns segundos e me olhou fixamente com aqueles olhos brilhantes, parecia que queria me dizer algo. O que gatos poderiam dizer a nós, seres humanos, bom, um montão de coisas, pensei. Deixei pra lá. Entrei sem fazer muito barulho, minha irmã e meu cunhado estavam morando por uns tempos em casa. Passavam por momentos difíceis e eu tinha que ajudá-los, estavam desempregados há algum tempo, o aluguel atrasado estava virando uma bola de neve. Nunca fui muito com a cara do meu cunhado, afinal de contas, se cunhado fosse bom, não começava com “cu” e nem comia a minha irmã. Além do mais, o cara tinha muito pelo envolta da orelha e uns pelos enormes que saiam pelo nariz, sem falar na mania de roer as unhas. O cara sentava no sofá e enquanto assistia a tv roia as unhas e depois cuspia os pedacinhos no chão, mas enfim, o fato é que eles estavam juntos e eu me prontifiquei a ajudá-los. E apesar de tudo isso ele era muito prestativo, sempre me ajudava nos problemas da casa. Sempre ajudava a minha irmã em trabalhos voluntários, posso até dizer que meu cunhado é o cara. Voltando. Fui até a cozinha, belisquei uma gororoba na geladeira e tomei um copo d’água. Caminhei até a sala, e pensei em assistir tv, mas ao ver os pedacinhos de unha no chão, perto do sofá, desisti.

Subi as escadas lentamente, sem fazer barulho, não queria acordá-los. Passei bem devagar pela porta do quarto deles, e vi que ela estava encostada.   Ao passar, escutei sons estranhos, que não os habituais de um casal fazendo sexo, estranhei, mas fui para o meu quarto, sentei na cama para tirar os sapatos. Minha atenção ficou voltada ao barulho. Que porra de barulho é esse, pensei comigo. Decidi ir até lá dar uma espiadinha. Ao abrir a porta do quarto bem devagar, deparei-me com a cena mais horrenda que já vi na minha vida. Era surreal. Um bicho comia a minha irmã. Era inacreditável. Ela já estava sem um braço e sem uma perna, tinha o ventre rasgado. Ele tinha uma feição horrível, dentes e garras enormes que arrancavam nacos sangrentos de carne do corpo da minha irmã. Ele a devorava prazerosamente. Fiquei puto, onde estava meu cunhado na hora que minha irmã mais precisava dele. Acho que ele já estava morto. Sai de fininha e vim correndo até aqui na delegacia... Alguém tem que ir até lá...pelo amor de Deus!

— E como este “bicho” era? — perguntou o policial que anotava tudo o que o homem falava.

— Era grande... Enorme... Tinha pelos que saiam pela orelha e nariz, dentes muito grandes, unhas compridas...

— Tá bom, Me fala uma coisa... — o policial olhou para o delegado que estava sentado a mesa e sorriu com ar de deboche. — Ele tinha algum detalhe que chame a atenção?

— Como assim... Algum detalhe que chame a atenção? Você escutou o que eu falei? — disse o homem em tom de desespero.

— Você está me desacatando? — gritou o policial. — Como ele estava vestido?

— Não senhor... ele estava sem camisa... — o homem parou, seu rosto ficou mais branco do que já estava. — É o meu cunhado...

— Como é o seu cunhado? — o policial parou de escrever. — Primeiro o senhor disse que não gostava dele, depois disse que ele era o cara, e agora está dizendo que era ele?

O homem fechou os olhos e voltou até a cena na porta do quarto. — Sem camisa... a tatuagem nas costas... os pelos na orelha e no nariz... as unhas...

—- E então desembucha? O que tem seu cunhado?

O Homem suava e tremia de medo.

— Meu cunhado é o bicho!



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Matador de Monstros


                 — Ai bicha do céu! Não aguento mais correr! Olha aí... ai que ódio! Quebrou o saltinho do meu sapato...

         — Fecha essa boca  e corre, mona!

            — Esse cara tá correndo atrás da gente por quê? Não fizemos nada...

            — Você não, mas eu fiz...

               — Espera aí, amiga... Agora caiu meu brinco...

               — Deixa isso pra lá e vamos embora, rápido...

           — Ai loca! Você acha que eu vou deixar meu brinco pra trás. É cristal Swarovski...

        Um clarão iluminou a escuridão. De repente uma rede de material sintético envolveu o corpo do travesti, que se agachava para pegar o brinco.

            — Ahhhhhhh! O que é isso? Socorro mona! Ajude-me aqui! — a boneca gritava, quanto mais se mexia mais enroscada na rede ficava.

            A outra travesti parou, estava ofegante, mas voltou para ajudar a colega.

            — O que é que está acontecendo?  O que esse cara quer? O que você fez pra ele? — perguntou quase perdendo o ar ainda presa à rede.

            — Não é o que eu fiz... e sim... Ahhhh! O que... eU... SOUUUU... — disse o outro travesti, agora, com voz estranhamente cavernosa.  A bicha sofria uma mutação espantosa. A luz da lua cheia iluminava o ser contorcendo-se, dolorosamente, aos sons de ossos estralando, gemidos e roupas rasgando.

            — Monaaa do céuuuu! Queriiiiida! O que está acontecendo com você? Você está virando uma... borboleta? Tá rasgando esse vestidinho tubinho, lindo... Ahhhh! OLHA O QUE VOCÊ FEZ NO SAPATO!

            O travesti dobrara de tamanho. Sua amiga parou de falar quando percebeu o corpo peludo, as garras afiadas e grandes, a cara de cachorro raivoso e focinho enorme. Os brincos na cor rosa fluorescente continuaram presos às orelhas do, agora, lobisomem.

            — Bicha do céu tu és o Lobo Mau? Ai que fofinho que você ficou. Vou chamá-lo de Boomer. Sempre quis ter um cachorrinho com este nome. Aaa-doo-roo!

            O monstro rasgou a rede que prendia a amiga sem dar a mínima importância para o que a “moça” dizia e uivou. Uivou até conseguir arrancar a minúscula calcinha, que não rasgou na mutação e lhe apertava os testículos escondidos sob um pedaço de emplasto, agora muito mais avantajado do que antes.

            — Jeeesuuus! Benzadeus! Você nunca me falou disso...

            Da penumbra da noite uma silhueta alta e forte apareceu chamando a atenção do Monstro lupino. Vestia uma camiseta preta, dois cinturões cruzados no peito que escondiam a estampa em amarelo de uma carinha redonda e nervosa. Um dos cinturões estava carregado de estacas de madeira, no outro, balas de prata. O homem empunhava uma pistola grande e estranha, a arma  estava carregado com balas de prata, presa as costas carregava uma outra maior, com a qual lançara a rede.

            O lobisomem arrancou a calcinha e jogou. A peça intima, de tamanho diminuto, voou até parar aos pés de uma placa de propaganda, onde era anunciado um show do cantor Vando. Ergueu os braços e urrou mostrando toda sua força, chacoalhou a cabeça, e os brincos rosa fluorescentes brilharam a luz da lua cheia. Deu um passo por cima da “amiga” caída. Curiosa como só, a rapariga esticou o braço e com um puxão estúpido arrancou o emplasto que tapava a genitália do mostro.

            Por um instante o animal parou e envesgou seus olhos grandes e avermelhados, a dor foi tão intensa que ele gritou como um cachorro assustado, correu em círculos arrastando seu  traseiro no chão. A travesti percebeu que não fora uma boa ideia, segurava em uma das mãos o adesivo repleto de pelos negros. Quando o monstro parou e se virou para ela, rapidamente à boneca tentou esconder o emplasto, mas ele grudava de uma mão na outra.

            — Nossa Mona! — a bicha deu um sorriso amarelo. — Tu vai precisar de dias para fazer uma escova definitiva nestes pelos, querida. — disse tentando disfarçar o medo.

            O lobo soltou outro urro e com um chute arremessou a colega para longe como se fosse uma boneca, ela girou no ar e caiu a alguns metros à frente.

            — Finalmente encontrei você! — disse o homem.

            O lobisomem virou-se com os brincos a balançar. A marca de batom ainda era visível nos lábios do animal, a cor rosa combinava com os brincos e com a calcinha rasgada.

            — Você é a desgraça de seus ancestrais. E agora vou matá-lo.

O lobo urinava agachado para marcar seu território.

            — Isso é discriminação seu bofe nojento! — gritou o travesti a alguns metros dali enquanto levantava ajeitando as costas, que no intuito de ajudar a colega e aproveitando um momento de distração, correu e pulou nas costas do homem armado, no momento em que ele atirava com a pistola carregada com balas de prata.

O tranco o fez errar o tiro. O projétil passou de raspão na orelha do lobisomem arrancando-lhe um dos brincos e deixando-o com os pelos da orelha chamuscados. O lupino pulou de susto agarrando-se a um poste de iluminação.

Mesmo com o travesti agarrado em suas costas o matador conseguiu pegar o frasco de gás pimenta de um de seus cintos e disparar um jato diretamente nos olhos da boneca. Agora ela rolava no chão, desesperada, sujando todo o vestido tubinho, azul tampinha de caneta. Aquilo foi o “Ó” pra ela. Quando o homem se preparava para atirar novamente, dois morcegos enormes passaram por ele, desviando sua atenção. Uma nevoa branca surgiu mais à frente e os dois morcegos transformaram-se em belos vampiros. O mais velho tinha cabelos curtos e ajeitados com gel, usava vestimenta clássica de  vampiro, um tanto quanto cafona para a atualidade, camisa branca com babados e bordados, calça de tergal e capa de golas altas, pretas, a capa era forrada em cetim vermelho, o outro era de corpo muito bem definido, usava calça preta de couro, bem agarrada, que deixava um volume surreal entre suas pernas, casaco de couro preto e longo, sem camisa. Sua pela branca contrastava com a negra vestimenta. Que aberta mostrava seu abdômen definido, tinha cabelos longos, negros e sedosos. Uma beldade vampírica de tirar o fôlego.

            — Isso é alguma reunião da Ordem dos Monstros? — perguntou o matador.

            — Olá Vanderlei, nos encontramos novamente. — disse o vampiro mais velho, entre engasgos, pelo constrangimento da posição inusitada em que se encontrava o lobisomem, agarrado ao poste.

O animal deu mais uma vira volta no cano metálico. Executava ali, com extrema destreza, alguns movimentos de Pole Dance. Escorregou de cabeça para baixo e antes de bater com ela no chão, girou e pôs-se de pé. Em seguida pulou e parou ao lado do vampiro mais jovem. Deu uma olhadela, mordeu os lábios e revirou os olhos rubros imaginando cenas eróticas em meio a mordidas e arranhões.

            — Não esperava encontrar todos vocês aqui. — disse Vanderlei estranhando a cena.

            — Sempre aparecemos quando um de nossos amigos está precisando de ajuda. — o vampiro olhou para o lobo e pigarreou tirando-o de seus pensamentos. — Mas pelo visto quem vai precisar de ajuda é você.

            Vanderlei recarregava seu lançador de estacas calmamente, uma a uma. Mas os gritos do travesti que agora reclamava do vestido  manchado e rasgado, tirava sua concentração. Irritado e sem que a boneca histérica percebesse, ele tirou da cintura uma arma de choque e disparou sem olhar. A “moça” caiu no chão, tremelicando e espumando pela boca, devido ao choque violento. O delineador em seus olhos deixou manchas negras no rosto devido às lagrimas do choro involuntário que escorriam.

            — Pronto, esse ai vai dormir um pouco. — disse Vanderlei.

            Em seguida um aviso sonoro soou no ponto eletrônico em seu ouvido.

— Bem pessoal, não quero estragar a festa, mas minha ajuda chegou.

Sem que os monstros percebessem o ajudante de Vanderlei, Dimitry e sua careca reluzente, chegava por de trás. No momento em que ele disparava uma rede sobre o vampiro mais velho, Vanderlei atirava com seu lançador de estacas no jovial vampiro. O lobisomem empurrou o vampiro para tirá-lo da trajetória da estaca mortal e salvarndo-lhe a vida. O tiro acertou o lupino no culote fazendo-o pular de dor. O vampiro caiu e bateu com a boca no chão quebrando um dente.

— Você acha que vai me deter com essa rede de pesca? — disse o descendente de Nosferatus, o mais velho.

— Hahahahaha! Mas é claro que vou. Tente se mexer?

O vampiro ao tocar a rede sentiu um cheiro estranho. Cheiro de alho. A rede era confeccionada com micro partículas de extrato de alho, ao tentar desvencilhar-se da armadilha de cordame especial, ela soltava micro partículas da especiaria deixando o ar impregnado. O vampiro ficou imóvel.

— Desgraçado! — gritou o sangue suga branquelo, sufocado pelo cheiro de alho que queimava suas entranhas.

O lobisomem arrancou a estaca do Culote, a dor lancinante o fez urrar. O outro vampiro rastejava a procura da lasca do seu precioso dente, que quebrara no impacto com o chão não se importando com o que acontecia.

Vanderlei recarregava seu lançador de estacas quando, de repente, duas múmias pútridas e desengonçadas, surgiram juntando-se ao grupo monstruoso. Um ar de suspense e um cheiro de mofo, pairaram sobre todos. Mas algo desviou a atenção do grupo. O ranger de rodas enferrujadas ecoou pela noite. Da escuridão surgiu mais uma múmia, esta vinha de cadeira de rodas. Os monstros entreolharam-se e o vampiro mais velho, ainda preso na rede, perguntou sutilmente:

— De quem foi à idéia de chamar essa múmia paralítica?

As outras duas múmias se apontaram simultaneamente com as ataduras das mãos a balançar.

A cadeira parou e entre murmúrios e gemidos, o ser enfaixado tentava, nervosamente, desenroscar a atadura presa à roda.

— Isso é piada ou uma filmagem de filme de Terror B? — perguntou sarcasticamente Vanderlei, que em nenhum momento baixava sua arma.

— Sabe como é, temos um programa de cotas. — disse o vampiro preso na rede.

— Chega de palhaçada! Dimitry! Estacas flamejantes! — ordenou o caçador no micro comunicador em seu pulso.

— Pode deixar Vandeco! — respondeu Dimitry.

No segundo seguinte uma estaca incandescente iluminava a noite e acertava em cheio uma das múmias pelas costas. Ela se debatia desesperadamente. As ataduras apodrecidas incendiaram-se rapidamente. Angustiada por ver a amiga milenar e embalsamada, em chamas tentou ajudá-la, mas teve as mãos incendiadas, e o fogo alastrou-se rapidamente. Enquanto isso a múmia paralítica, nervosa com o nó cego que prendia seu braço à roda, agora entrava em pânico ao ver as múmias em chamas que se aproximavam, o bolo de fogo vinha em sua direção. O lobisomem estava ocupado, num movimento de contorcionismo, com a cabeça enfiada entre as patas, lambendo seu ferimento no culote.

O vampiro preso na rede tentava escapar a todo custo, mas toda vez que tocava na rede ela liberava o extrato de alho queimando suas mãos.

A múmia presa à cadeira de rodas conseguiu desprender a mão no ultimo instante, soltando um suspiro poeirento de alivio, que em seguida se tornou num grito de terror quando a cadeira de rodas enroscou em um buraco no chão, de lá não saindo mais. Uma pira de múmias incandescentes ardia em fogo intenso bem no meio da rua . O lobisomem, farto com o que acontecia, cuspiu um tufo de pelo ensanguentado e correu ate a rede rasgando-a e soltando o vampiro chefe.

A fera lupina levantou o focinho e farejou. Descobriu de onde vinham às estacas flamejantes e seguiu na sua direção.

Ao perceber a situação complicada em que se encontrava o vampiro mais velho transformou-se em morcego gigante novamente e alçou vôo.

— Ah não! Desta vez você não vai escapar. — disse Vanderlei.

Preparou rapidamente um cabo de aço preso a um pequeno arpão, acoplou na pistola, mirou e atirou. A seta cruzou alguns metros no ar, perfurou o abdômen do morcego, trespassando seu corpo. Preso ao cabo, o grande morcego pairava no ar batendo as asas freneticamente. Com um tranco forte o cabo escapou das mãos de Vanderlei, mas prendeu-se em dois fios de alta tenção provocando um curto circuito. A descarga elétrica seguiu pelo cabo ate atingir o morcego. A descarga foi tão forte que fez o monstro alado acender-se como um luminoso.

— Pai... Paie! Venha ver, é o sinal do Batman. — gritou um garoto que olhava pela janela de um prédio de apartamentos a dois quarteirões dali e via o morcego luminoso de asas abertas. — É o Batman!

Antes de o pai chegar o morcego havia se desintegrado por uma estaca certeira lançada por Vanderlei.

— Era só um sonho filho, volte a dormir. — o homem fechou a janela e saiu tropeçando nos brinquedos espalhados pelo chão. A escuridão da noite escondeu as cinzas do monstro alado.

Enquanto isso, a beldade vampirica, agora, com dor de dente, esgueirava-se entre as sombras, aproveitando-se da confusão para fugir e procurar um dentista.

Vanderlei chamou o ajudante pelo rádio, mas não obteve resposta, correu na direção do amigo, mas era tarde demais. O lobisomem terminava de arrancar o ultimo pedaço do pobre rapaz.

— Agora é sua vez... — gritou Vanderlei.

O monstro lançou a cabeça de Dimitry, que rolou como uma bola de boliche e parou aos pés de Vanderlei.

— Desgraçado!

O matador sacou de seu cinto algo curvo, de metal prateado e afiado. Lançou o artefato que girou no ar, mas este passou longe da fera lupina que caiu na gargalhada. O lobisomem caminhou em direção a Vanderlei, no trajeto, saltitou, sapateou e rodopiou com profunda leveza,  representando um trecho do ballet Pedro e o Lobo, parou a frente do homem pôs-se de pé mostrando todo seu tamanho e força, sentiu o vento bater em seu saco pelado devido a depilação forçada e preparou-se para dar o golpe fatal em Vanderlei. Em décimos de segundos seu brinco rosa fluorescente balançou pela ultima vez. Sua cabeça fora decepada pelo boomerang de prata lançado pelo matador de monstros, Vanderlei.

— Serviço concluído, pode mandar a equipe de limpeza, tem muita sujeira aqui... O que? Já pedi para não me chamar de Vandeco... Outra missão? Formatura da Liga Monstruosa? Ok! Mas vou precisar de outro ajudante... Não, espera! — Vanderlei olhou o corpo caído envolto no tecido azul, tampinha de caneta e teve uma ideia. Viu o grande potencial da rapariga. Um bom treinamento e sem salto alto daria um ótimo ajudante.

— Não precisa, acho que já achei meu ajudante.

sábado, 24 de março de 2012

Todos os fatos relatados nesta biografia são verdadeiros, alguns deles jamais devem ser repetidos por alguém, pois podem causar danos físicos e psicológicos irreversíveis.

Gerson Balione é paulistano nascido em janeiro de 1969, um ano muito sugestivo por sinal. Sua infância não foi normal. Gostava de coisas que os outros meninos da sua idade não gostavam. Não, não é boneca não. Desde pequeno, aficionado por filmes de terror e ficção científica, a ponto de tentar reviver seus peixinhos com choques elétricos e dissecar pássaros, lagartixas e outros animais, tinha um laboratório só seu, até o dia em que quase pôs fogo em sua casa. Já ficou dependurado na janela do andar de cima do sobrado onde morava, até ser resgatado pelo vizinho, e depois apanhar da irmã mais velha. Já ficou com o rosto manchado por ter verme. Fazia teatrinho de fantoches, onde criou, com seus amigos, uma sátira do desenho animado Super Vira lata. Nunca foi bom nos estudos, principalmente em português, quando sua professora, numa reunião de Pais e Mestres, disse para sua mãe: Seu filho é burro!, em alto e bom tom. Sua mãe saiu de lá arrasada e aos prantos. Na sua adolescência, era chamado pelos amigos da escola de Bozo, devido ao seu pé ser muito grande e desproporcional à sua idade. Sempre levou na esportiva, chegou a criar duas peças de teatro intituladas de Super Pesão e Super Pesão contra o Linguiça Atômica, onde ele, é claro, era o protagonista do super herói. Já saltou de um carro para outro em movimento e errou, caindo em plena avenida movimentada de São Paulo. Gostava dos filmes de Kung Fu que passavam na Record e quando seu pai não o deixava assistir, socava uns caixotes de madeira no fundo do quintal, até o dia em que quebrou o dedinho e abandonou esta modalidade de revolta. Apanhou de uma só vez de dez caras e um cachorro, dez foi o que ele conseguiu contar enquanto tomava socos e pontapés por todos os lados. O cachorro ele não tem certeza, alguns dizem que eram bem mais que dez e que não havia nenhum cachorro.

De dançarino de Break, passando por pseudopunk a metaleiro. Já tentou reviver o passado, mas ao dançar Break quase foi hospitalizado, tentou enfiar alfinetes na cara e pegou uma baita infecção, quis voltar a chacoalhar a cabeça ao ouvir heavy metal, mas uma lesão na terceira e quarta vértebras, adquiridas quando imitava a garota do fantástico na Praia Grande, onde acabou enterrando a cabeça na areia e no pescoço, o fez desistir. Hoje só ouve suas músicas prediletas sentadinho, sem performance corporal. Sempre foi piadista e criador de situações inusitadas da turma e da família. Fã incondicional de Star Wars, adora Monty Python. Para ele, TV Pirata foi o melhor programa de humor que existiu na TV brasileira, seu livro de cabeceira é O Guia do Mochileiro das Galáxias, de Douglas Adams. Começou a tirar coisas de dentro da sua cabeça e pô-las no papel em meados de 2009. Foi quando, acometido por uma forte disenteria, passou quatro horas no banheiro, após a fase mais crítica das primeiras torções intestinais, resolveu escrever enquanto passava o tempo.

Seus textos são irreverentes, nonsense e repletos de humor negro. Tem contos publicados em duas antologias, O Grimoire dos Vampiros e UFO- Contos não Identificados, ambos pela editora Literata e no site do Recanto das letras (www.recantodasletras.com.br). Pretende lançar um livro solo antes que o mundo acabe. Tem consciência absoluta que o que escreve são Coisas de Uma Mente Demente.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Angels Air PE


Com o sucesso da parceria entre Pastor Elídeo Tour e Noé Cruzeiros, o conglomerado empresarial Pastor Elídeo comunica a compra de uma grande empresa aérea. Com problemas financeiros, está empresa vinha caindo, e agora, com a aplicação de vários milhões de dólares, e isso quer dizer VÁRIOS MILHÕES MESMO!, pelo Pastor Elídeo, nasce a maior empresa aérea do mundo: A Angels Air PE.

Com sua frota de 1315 aeronaves, sendo, 25 Airbus A380, novinhos em folha, e um monomotor, inserido a força, no pacote, a Angels Air PE, como será chamada a partir de agora, terá rotas para todo o globo terrestre.


Palavras do Pastor Elídeo, em entrevista para a revista “Fé de Mais”:

“Vou popularizar a aviação no planeta. Aleleuia! Em cada aeronave haverá um missionário obreiro fazendo pregações. Oh Glória! Nos A380 será possível participar de batismos em tanques adaptados totalmente seguros. E todas as aeromoças também serão obreiras. Glória! ALELUIA! Cada quinzena todos os vôos serão de libertação. Exorcismo em pleno ar. AMÉM! Oh Glória!”

Agora você poderá ir a Terra Santa com a Angels Air PE, sem escalas.

Voe com que entende do assunto, voe com os anjos, voe Angels Air PE.

*Passagens aéreas em 10 vezes sem juros, só com Celestcard. Não tem ainda? Adquira o seu aqui: http://gersonbalione.blogspot.com/2012/01/cartao-de-credito-e-celestcard.html

*Dízimo incluso na taxa de embarque.

*Consulte pacotes especiais para o Paraíso.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Cruzeiro é com Pastor Elídeo Tour

Quer fazer um cruzeiro no carnaval?

Pastor Elídeo Tour tem o prazer de anunciar sua parceria com a Noé Cruzeiros, a mais nova empresa a participar do conglomerado empresarial Pastor Elídeo.

Com navios temáticos luxuosos, de 900 côvados, de comprimento, 100 côvados de largura e 90 de altura. A maior embarcação da atualidade. Desenvolvido pelos melhores engenheiros
navais do mundo. E um comandante com experiência divina. É capaz de enfrentar gigantescas ondas, fortes ventos e o melhor, movido a energia limpa, a FÉ.
Venha louvar dando a volta ao mundo. Show de lançamento do DVD CARNAGOSPEL, com ele, o showman, Pastor Elídeo.
Música gospel em ritmo de marchinha de carnaval.

Presença da Escola de Samba Gospel, Salvação Garantida.

Patrocínio: Desodorante ANGELUS
Só ele garante suas axilas limpas e cheirosas, por 40 dias e 40 noites – “Não mancha sua roupa”



Vai viajar de navio? Viaje com a Noé Cruzeiros.

“Esse não vira de jeito nenhum.”

Promoção de carnaval: Cruzeiro pela costa Italiana, em 24 vezes, no cartão de crédito Celestcard.

Pensou Cruzeiro, pensou Noé Cruzeiros.

Um produto Pastor Elídeo Tour

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Cartão de Credito é Celestcard

Pastor Elídeo Bank apresenta:

Celestcard

Com ele você pode pagar suas compras, dar o Dízimo e garantir o seu cantinho lá no céu.
Tudo parcelado em até 10 vezes sem juros e ainda ganhar milhas para doar ao Pastor Elídeo em suas viagens missionárias para Cancun. – Glória?

Apertou este mês?
Use o rotativo – Aleluia? – Mas não esqueça da Oferta – Amém?

Cartão de crédito é Celestcard o resto é marca da Besta

Mais um produto do conglomerado de empresas, Pastor Elídeo
Um templo sempre perto de você.

* Este cartão não é aceito em inferninhos


O desodorante que você pediu a Deus.



Você fica incomodado com o suor em dias e noites de vigília?

A pessoa ao seu lado olha feio quando você levanta os braços para louvar?

Tem vergonha quando aparece aquela rodela de suor embaixo dos braços?


Chegou o desodorante que você pediu a Deus.

40 dias e 40 noites de proteção, sem manchar sua roupa.

Deliciosa fragrância.



Pastor Elídeo Cosméticos “Melhorando a sua vida”

Mais um produto do conglomerado de empresas Pastor Elídeo

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Guilherme Tell ataca

Suposto Guilherme Tell ataca cidade da Suíça.

Na cidade de Carona, Suíça (o nome da cidade é devido ao fato dos moradores ofereceram carona a qualquer um, mesmo sendo estranho e mal encarado), divisa com Lugano, outra cidade peculiar (não associar ao Jogador de futebol, ele é Uruguaio). O fato é que está cidade vem sofrendo ataques de um homem que se auto-intitula Guilherme Tell. Ele vem atacando principalmente os animais da região, isso tem tirado o sono dos moradores da pacata cidade. Veja algumas fotos dos ataques:





Na ausência da flecha o atirador usou lápis
Clique na foto para ampliar




Sobre a vítima da foto abaixo, ainda não foi confirmado a origem do ataque:


Autoridades associaram a morte do pequeno alado aos ataques do Novo terrorista, "Guilherme Tell", mas alguns especialistas afirmam que foi suicídio, pois foi encontrado um bilhete dentro da aljava (saco para carregar flechas), onde o pequenino filho de Vênus, que passava férias na cidade, demonstrava angustia e aflição, pelo amor não correspondido de Psiquê, atirando uma flecha em si mesmo. Técnicos em balística dizem que isso seria impossível, mesmo para um ser mitológico. Exames residuográficos não detectaram nada nas mãos da figura de asas emplumadas, mas sim nos delicados pés do ser. Pequenos fiozinhos da mesma pena usada na flecha, encontravam-se sob a unha do dedinho do pé esquerdo. Uma investigação na residência da vítima descobriu que o pequeno vinha participando de treinamentos intensivos de contorcionismo com um professor, ex-integrante do Cirque du Solei, que está foragido. Uma foto do professor está sendo veiculada maciçamente. Isso confirmaria a presença de resíduos nos pés do cupido, que ao torcer as pernas para trás, conseguiu atirar a flecha nas próprias costas utilizando os pés.


Quem tiver informações sobre o professor, ex-Cirque du Solei, pode entrar em contato com as autoridades locais.

Foto do Professor contorcionista



As investigações vêm sendo atrapalhadas por simpatizastes de “Tellzinho”, como alguns, carinhosamente, gostam de chamá-lo. O lance de ser flechado está virando mania entre eles, fotos são postadas nas redes sociais, nas formas mais bizarras, como você pode ver abaixo:







Este usou o próprio corpo como flecha:


Uma gravação em fita K7, deixada na porta da delegacia, o Novo Terrorista promete: "Vou pegar todos de surpresa, com uma chuva de flechas, na feira de pecuária, dia 12 de janeiro de 2012, 13 horas em ponto" .

Muitas pessoas disseram visitar a feira no dia, mas que 12:45, no máximo, deixarão o local.

A produção de arcos e flechas, lanças, setas e todo material pontiagudo foram suspensos.

Pacotes de turismo para a região foram cancelados até tudo ser esclarecido e o suposto Guilherme Tell preso.


Médicos alertam:

Se você realmente quer tomar uma flechada ou qualquer outro objeto de ponta, esterilize-as bem ante de se usar.

Alto risco de infecção.

Postos de saúde estão distribuindo vacinas antitetânicas até tudo se acalmar.


Polícia adverte:

Qualquer pessoa portando arco e flecha, zarabatana, besta, balestra e outras, de qualquer tamanho ou material, serão consideradas perigosas; presas em flagrante; sem direito à fiança ou visita, seja esta última, de cunho intimo ou não.

Fotos retiradas da web.